segunda-feira, 24 de junho de 2013

CLASSE MÉDIA: REVISTA VEJA EM 2006 JÁ MOSTRAVA QUE O CALDEIRÃO ESTAVA PRESTES A EXPLODIR NO BRASIL

capa de Veja em 2006

 As feridas causadas por esse longo calvário são visíveis sobre o lombo de um segmento em particular da sociedade: a classe média. Ao fim de 2006, ela se encontra curvada sob uma brutal carga tributária, sufocada por gastos com serviços como educação e saúde (que deveriam ser financiados pelos seus impostos) e tolhida em sua capacidade de poupar e adquirir patrimônio. Mas há um segundo aspecto na crise da classe média – e ele não interessa apenas aos brasileiros que já pertencem a ela. Ao contrário do que vem acontecendo em países que estão chamando a atenção do mundo, quase não se observa expansão na classe média do Brasil. Seu tamanho em relação à população total ficou praticamente inalterado nos últimos 25 anos. Essa é uma notícia ruim para o país e uma sombra sobre o seu futuro. Ela revela que os pobres estão até se mantendo de pé graças às políticas assistencialistas como o Bolsa Família, mas não estão subindo na escala social. A notícia também evidencia que a própria classe média não está beliscando patamares mesmo que inferiores do mundo dos ricos. Em resumo, a classe média brasileira está ensanduichada. Obviamente, estar no meio faz parte de sua própria definição. O que perturba é o congelamento, a imobilidade numérica e de pujança desse grupo social no Brasil. Quem está dentro não sai, quem está fora não entra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário